segunda-feira, 1 de outubro de 2012

tchubogas

          Estou cercado, parceiro, em ilha deserta repleta de areia. A mariola me hipnotizando, um jogo perigoso que fui submetido,quase adormecido e entorpecido embaixo deste sol escaldante, frio frio. O horizonte distante, estou quase batendo braço rumo ao infinito, correndo o risco de nadar nadar nadar e nem chegar na outra margem. Se chegar na outra margem menos mal, estarei presente,serei cuidado, mas se ficar fechado no mar aberto estou perdido. Ou posso ficar aqui tentando ser visto por algum barquinho que passe rente a costa, quem sabe um transatlântico piscando suas luzes de ano novo!
          Em todo caso esta não me parece uma oportunidade tão má para que eu recomece meus estudos sobre um rito particular. Talvez aqui eu possa fazer com que meu teatro evolua em prol de uma consciência e sensibilidade extra-comuns, sem ser perturbado. Aqui poderei tentar construir meus fogos, criar asas e transcender, levando comigo os segredos que aqui emergirem e me elucidarem, me salvarem das trevas. Mas como segredos são secretos, permanecerei só. Voltamos a máxima Shakesperiana.
Foda-se a gramática,tenho só um graveto como carvão e a areia úmida como couchê, foda-se a escrita.
          Se decido seguir a nado talvez passe um barco e me resgate me devolvendo a outra margem, me largando com meus conhecimentos desvendados, me acenando, eu muito grato olhando o barco se afastar e ainda lanço uma garrafa com um bilhete para que seja depositada na mesma ilha em que estive para que sirva de palpite a um outro próximo náufrago que precise. E sumo ou desponto, isso não se saberá pois o bilhete permanecerá no anonimato.

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